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Novas ideias, grandes avanços!

Após apresentar conceitos mais básicos sobre o uso das radiações, ionizantes e não ionizantes na área da saúde, buscaremos neste blog apresentar novos avanços e pesquisas na área de Física aplicada à Medicina e Biologia. A ideia é trazer para próximo da população o que há de novo tanto em diagnósticos quanto em tratamentos médicos, buscando apresentar os trabalhos e pesquisas dos estudantes de mestrado e doutorado vinculados à pós-graduação do Departamento de Física da Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto (USP). Em cada post, traremos uma linha de pesquisa, apresentando trabalhos que buscam novas técnicas de diagnóstico e tratamento médico, ou o aperfeiçoamento de técnicas já utilizadas clinicamente.

Fatos e mitos sobre a radiação 

Existem inúmeras áreas onde a radiação e técnicas nucleares têm sido aproveitadas para o benefício da humanidade, não só na medicina, mas também na indústria, agricultura e outros campos da ciência e tecnologia. Esses benefícios podem trazer alguns riscos. Veremos abaixo alguns fatos e mitos sobre a radiação. 

Mito 1: Precisamos ficar longe de alimentos irradiados porque são radioativos e perigosos. 

Fato: A irradiação elimina as bactérias que podem prejudicar a saúde das pessoasEla não torna a comida radioativa ou forma substâncias químicas nocivas.   

Mito 2: A radiação de um raio X dental causa dores de cabeça severas. 

Fato: Grandes doses de radiação podem causar efeitos nocivos, como náuseas e vômitos. Pequenas doses de radiação – como as de radiografias médicas e dentárias, não causam dores de cabeça ou outros problemas.  

Mito 3: Usinas nucleares emitem uma quantidade perigosa de radiação para a área circundante e podem causar câncer. 

Fato: Alguém morando a 50 milhas de uma usina nuclear receberia uma dose de radiação de 0,01 milirens por ano, de acordo com a Comissão Reguladora Nuclear dos EUA. Em média, uma pessoa recebe cerca de 300 milirens por ano de fontes naturais, como o sol e as rochas. Assim, recebe mais radiação vinda de fontes naturais como o sol e as rochas do que de uma usina nuclear. Muitas pessoas não sabem que as usinas a carvão emitem mais radiação que uma usina nuclear por causa do urânio e do tório contidos no carvão. Esta ainda é uma quantidade muito pequena. 

Mito 4: Radiação não ocorre naturalmente. 

Fato: Existem fontes naturais e artificiais de radiação com as quais vivemos com segurança todos os dias. A radiação cósmica do sol é um exemplo de radiação natural. Exemplos de radiação artificial incluem radiografias médicas e microondas na cozinha.  

Mito 5:Instalações de energia nuclear não são seguras.  

Fato: Os registros de desempenho de centenas de instalações de energia nuclear operando em mais de 30 países demonstraram que a energia nuclear é segura.  

Mito 6: A exposição à radioatividade causa morte instantânea.  

Fato: A radiação interage nas células e, até gerar danos no corpo, leva um tempo. Isto dependerá principalmente da substância que emitiu a radiação e do tempo de exposição. Conforme a dose, os danos podem ser desde queimaduras a aumento na probabilidade de ter um câncer.  

Mito 7: Uma pessoa contaminada com radiação pode contaminar outra. 

Fato: O material radioativo presente no corpo humano pode ser transferido para outra pessoa por contato direto com a pele ou por contato com excreções e secreções (suor, saliva, urina e fezes). 

Mito 8: Grávidas podem realizar exames com Raio-X. 

Fato: Gestantes não devem se submeter a radiografias, por prevenção da exposição ao bebê. Para casos muitos específicos, desde que a região do útero esteja devidamente protegida com revestimento de proteção externa de chumbo, é solicitado o exame, porém apenas em casos muito extremos. 

Mito 9Existem exames que geram mais doses de radiação. 

Fato: Os exames de Raio-X oferecem dosagens de radiação que variam a depender da área. Bergman explica que, geralmente, os exames de diagnósticos emitem baixas doses de radiação e todos devem se atentar aos outros meios em que pode ficar exposto às emissões. Mamografia (0,4 mSv), tomografia (0,15 mSv) e raio-X de tórax (0,02 mSv) emitem bem menos em relação à radiação solar, recebida anualmente (2,4 mSv). 

 

Svsievert, unidade usada para dar uma avaliação do impacto da radiação ionizante sobre os seres humanos. É a unidade do Sistema Internacional de Unidades da dose equivalente e dose eficaz, e que leva em conta os efeitos biológicos em tecidos vivos, produzidos pela radiação absorvida. 

 

Riscos radiológicos e proteção a efeitos indesejados na obtenção de imagens médicas.

Os incidentes que podem ocorrer na radiologia diagnóstica são raros e podem não ser tão letais quanto na oncologia da radiação, mas é igualmente importante elaborar planos de ação para abordar esses incidentes na radiologia diagnóstica. Situações como essas podem levar a efeitos determinísticos a saúde dos envolvidos, como perda de cabelo ou eritema cutâneo, que são raros, mas possíveis em tomografias computadorizadas, devido a configurações incorretas ou escaneamento inadequado. 

A maior parte dos  incidentes nos departamentos de radiologia e em medicina nuclear são devido à superexposição de pacientes, ao erro humano e falha processual. Outros incidentes na medicina nuclear são de contaminação e falhas no gerenciamento de materiais radioativos. 

Apesar do processo de obtenção de imagens por ressonância magnética (RM) não utilizar radiação ionizante e o método ser considerado seguro, existem riscos associados à realização dos exames e ao ambiente de RM que já conduziram a acidentes graves associados à morte de pacientes e trabalhadores.  A maior parte dos acidentes está relacionada ao campo magnético estático do equipamento, porém outras fontes de risco como os gradientes de campo magnético, radiofrequência, meio de contraste à base de gadolínio e os criogênicos (ex., hélio líquido), também oferecem perigo e devem ser considerados em uma análise de segurança no setor. Cabe destacar que o Brasil não possui legislação ou recomendação sobre aspectos de segurança em RM e é, portanto, dever das instituições e dos que trabalham garantir a segurança dos pacientes, acompanhantes, colaboradores e prestadores de serviço na sua relação com o ambiente de RM. 

Todo incidente ou acidente deve desencadear um trabalho da equipe para minimizar o risco de uma segunda ocorrência. Investigações de incidentes demonstraram a importância de procedimentos e defesas robustos para identificar erros que podelevar a incidentes. O sistema central de notificação e investigação de incidentes aumentou a conscientização dos funcionários sobre o tipo de erros que poderiam levar a incidentes e promoveu a introdução de ações recomendadas para reduzir esses riscos. 

Efeitos biológicos da radiação ionizante

Desde a descoberta do raio X e da radioatividade há mais de um século, pesquisas têm aprofundado o conhecimento sobre suas propriedades, interação com a matéria e, consequentemente, aplicações. Muito já se descobriu acerca dos mecanismos biológicos pelos quais a radiação ionizante pode interagir com o corpo humano, sendo tanto útil quanto um potencial risco à saúde do ser humano. 

Quando expostas à radiação ionizante, as células podem sofrer danos devido à ação de eventos físicos, químicos e biológicos, que começam com a interação da radiação com os átomos que formam essas células. O DNA, por exemplo, pode ser comprometido pela ação da radiação.  Se ele sofrer um reparo errôneo ou não ser reparado, gerará um DNA com mutação, e a partir deste, pode ocorrer uma morte celular (apoptose) ou geração de uma célula com mutação viável (somática ou germinativa). Se o reparo do DNA for correto, ele estará restaurado, tendo uma célula normal. 

Os efeitos biológicos podem ocorrer após exposição do corpo inteiro ou de partes do corpo a doses de radiação não necessariamente muito altas. Por isso, deve-se ter cuidado mesmo com níveis baixos de radiação, como no caso do radiodiagnóstico, que podem gerar efeitos menores, mas cumulativos. Esses efeitos podem ser divididos em efeitos somáticos e hereditários. Os efeitos somáticos, são alterações provocadas pela interação da radiação ionizante com qualquer célula do organismo, exceto as reprodutivas, manifestam-se no próprio individuo irradiado. E os efeitos hereditários, são alterações provocadas pela interação da radiação ionizante com as células reprodutivas do organismo, manifestam-se nos descendentes do indivíduo irradiado.  

Os efeitos somáticos classificam-se em imediatos e tardios. Quando há exposições a doses elevadas, manifestando-se os efeitos em tempo curto (aproximadamente dois meses em seres humanos); são os efeitos imediatos (agudos). Por outro lado, quando a exposição é de baixas doses, manifestando-se os efeitos em anos ou dezenas de anos em seres humanos; são os efeitos tardios. Estes efeitos podem também ser classificados em estocástico e determinístico. No estocástico, probabilidade de ocorrência aumenta com o aumento da dose; e no não estocástico (determinístico), a severidade do efeito aumenta com o aumento da dose. 

Outro ponto importante é a radiosensibilidade celular, ou seja, diferentes tipos de células do corpo humano possuem diferentes respostas à radiação. A sensibilidade da célula à radiação é determinada pela sua maturidade, taxa de reprodução e função. Células que estão em constante reprodução são altamente sensíveis à radiação, podendo sofrer morte ou mutação. Já células mais lentas são menos sensíveis e sofrem efeitos de menor severidade; elas precisam ser expostas à radiação bastante alta para sofrerem danos mais graves. 

Portanto, desde o surgimento dos primeiros efeitos biológicos da radiação ionizante, há um grande esforço no desenvolvimento da proteção radiológica que visa restringir a probabilidade de ocorrência de eventos que levem à perda de controle sobre instalações nucleares ou fontes de radiação; controlar as exposições dos indivíduos e a liberação de material radioativo no meio ambiente; e diminuir as consequências desses efeitos casos estes venham a ocorrer. Neste contexto, há a  radiobiologia, que estuda os efeitos da interação da radiação (ionizante) com materiais biológicos, com o objetivo de descrever com maior precisão os efeitos da radiação nos seres humanos para que ela possa ser usada com mais segurança para o diagnóstico e com mais eficiência para a terapia. 

Sistema híbrido – radioterapia e imagem por ressonância magnética

O Elekta Unity é o primeiro sistema que integra radioterapia e imageamento por ressonância magnética (RM) em um único equipamento, ou seja, é composto por um acelerador linear e um scanner de RM. O objetivo é fazer um tratamento de radioterapia personalizado. Assim, o equipamento tem a capacidade de remodelar a dose de radiação incidida no paciente com base nas mudanças diárias na forma, tamanho e posição do tumor e dos tecidos saudáveis ao redor, permitindo a entrega de uma dose precisa com visualização do tumor em tempo real.  

 A Unity traz, pela primeira vez, uma nova tecnologia que preenche uma lacuna na terapia oncológica, permitindo aos médicos ver e localizar o alvo com toda a confiança durante o tratamento e reagir de modo correspondente, adaptando a terapia a cada paciente em cada tratamento. Com isso, espera-se mais eficácia nos tratamentos, com menos efeitos colaterais. 

O Elekta Unity foi cuidadosamente projetado para tornar o tratamento o mais confortável possível para pacientes com quaisquer perfis e massa corpórea. Além do amplo tamanho e opções de posicionamento, o método empregado reduz o tempo de preparação e posicionamento do paciente. A dose de radiação é sempre deslocada para a posição-alvo diárias e é ajustada para se adaptar às estruturas anatômicas deformadas diariamente. 

Até o momento no Brasil não há esse equipamento, mas em outros países existem, aproximadamente, quinze máquinas sendo usadas clinicamente. 

Equipamentos Híbridos: PET/RM e PET/TC

 

Um equipamento híbrido é constituído de dois equipamentos distintos e independentes, mas conectados entre si. Um deles é o equipamento PET-TC, uma combinação de Tomografia por Emissão de Posítrons (PET, Positron Emission Tomographycom Tomografia Computadorizada (TC)que permite a realização de ambas as técnicas de imagens. Já na PET-RM (Ressonância Magnética), são realizados exames de RM e PET. As aplicações de ambos são parecidas: PET fornece informações metabólicas, enquanto TC ou RM fornece o detalhamento anatômico. 

O PET-TC surgiu aproximadamente em 2001, e é um exame de diagnóstico por imagem indicado em casos suspeitos de câncer, para análise do estágio de um tumor, avaliação de eficácia de tratamento, planejamento de radioterapia, verificação dintegridade do coração após infarto e análise da função cerebral em detalhes. 

A PETRM, que surgiu aproximadamente em 2010, constitui um dos desenvolvimentos recentes mais interessantes no campo de imagens híbridas não invasivas. A combinação de modalidades de imagens anatômicas e funcionais, e o uso de diferentes radiofármacos fornecem informações distintas de grande valor. A experiência crescente com a PETRM mostra que esta modalidade de imagem tem uma boa avaliação de algumas regiões, como cérebro, cabeça e pescoço, fígado e pelve.  

Em ambos os aparelhos temos as medidas limitadas pelo fabricante. Pessoas muito obesas podem ter dificuldade de acesso ao exame, mulheres grávidas devem informar os médicos antes da realização do exame. O procedimento não é invasivo e é seguro, porém há utilização de radiação ionizante. Para realizá-lo, o paciente recebe, por via venosa, uma substância que emite baixas doses de radiação a base de glicose. Com isso, o médico consegue observar o consumo da glicose em cada parte do corpo e localizar possíveis doenças. A preparação para o exame é extremamente importante e influi diretamente no resultado. 

 Apesar de ótimas para avaliação metabólica, imagens de PET apresentam baixa resolução espacial, quando comparadas às imagens de tomografia computadorizada ou ressonância magnética. Assim, fazendo ambas em um mesmo equipamento, há garantia de obter as duas informações (estrutural e funcional) exatamente da mesma região do corpo. Enquanto PET-TC fornece imagens mais rapidamente, PET-RM fornece imagens melhores de tecidos moles. Sendo assim, é preciso avaliar o custo-benefício, a disponibilidade e aplicações de cada equipamento para fazer a escolha de qual usar. 

Diferença entre as imagens médicas e suas aplicações

As imagens médicas digitais diferem entre si em termos de como são produzidas, seus contrastes e finalidade. Como disciplina e no seu sentido mais amplo, faz parte da imagiologia biológica e utiliza as tecnologias de radiografia por raios X, ressonância magnética, ultrassonografia, endoscopia, elastografia, termografia, e técnicas de imagem funcional da medicina nuclear, como tomografia por emissão de pósitrons (PET) e tomografia computadorizada por emissão de fóton único (SPECT). 

radiografia por raios X, tomografia computadorizada técnicas de Medicina Nuclear são exames que utilizam radiação ionizante. Podemos dizer que a tomografia computadorizada é uma versão mais sofisticada do exame de raio X comum. Ambas utilizando feixes de raios X, mas no caso da tomografia várias imagens são adquiridas de diferentes posições do corpo e combinadas em uma imagem tridimensional, com melhor resolução espacial e, portanto, nível de detalhes anatômicos. Já a tomografia por emissão de pósitrons (PET) fornece aos médicos informações sobre como os tecidos e órgãos estão funcionando. Uma pequena quantidade de radiofármaco (substância química que possui algum elemento radioativo) é administrada ao paciente e sua emissão de radiação é detectada por um sensor para produzir a imagem funcional. Essa técnica pode ser usada em combinação com a tomografia computadorizada, para fornecer tanto informações anatômicas quanto funcionais. 

Por outro lado, há as imagens que não utilizam radiação ionizante. Uma delas é a imagem por ressonância magnética, que se baseia na interação de campos magnéticos com os átomos de hidrogênio presentes no corpo, proporcionando diversas informações como anatômica, funcional, de velocidade de fluxo e de espectroscopia. Outro exemplo é a ultrassonografia, de baixo custo, que utiliza ondas sonoras para formação de imagens, tanto anatômicas quanto de fluxo sanguíneo. Por não utilizarem radiação ionizante, esses exames podem ser realizados várias vezes no mesmo pacientes, incluindo grávidas e crianças. 

Tabela: comparação entre as imagens médicas.

  Raio x  CT  Ultrassom  Ressonância Magnética  
Resolução espacial  Alta  Alta  Dependente da seleção do transdutor  Alta no caso de imagens anatômicas; baixa em imagens funcionais 
Tempo de aquisição  Curto  Moderado  Dependente do operador  Longo 
Custo  Baixo  Alta  Moderado  Alto 
Uso de radiação ionizante  Sim  Sim  Não  Não 

Diante dos fatores acima apresentados, podemos observar que a escolha da imagem médica a ser utilizada pode variar de acordo com a informação necessária para o diagnóstico, custo, riscos de efeitos colaterais, tempo de duração, entre outros que devem ser analisados pelo médico e responsáveis antes da realização.  

Imagens de medicina nuclear  

O que é?  

A medicina nuclear usa pequenas quantidades de materiais radioativos combinados com alguma substância que tem afinidade com o órgão ou tecido de interesse. Eles são chamados radiofármacos e são normalmente injetados na corrente sanguínea, inalados ou engolidos. Ao chegar na área a ser examinada, o radio-fármaco libera radiação que pode ser detectada por uma câmera especial e convertida em imagem em um computador. Dependendo do tipo de emissão de radiação, há um método de imagem: tomografia por emissão de pósitron (PET) ou tomografia por emissão de fóton único (SPECT).  

Ao contrário de outras técnicas de imagem, os exames de imagem de medicina nuclear concentram-se em descrever processos fisiológicos dentro do corpo, como taxas de metabolismo ou níveis de várias outras atividades químicas, ao invés de mostrar anatomia e estrutura. Assim, essas imagens fornecem informações exclusivas que muitas vezes não podem ser obtidas usando outros procedimentos de imagem e oferecem o potencial para identificar doenças em seus estágios iniciais.  

Riscos e benefícios? 

Exceto por injeções intravenosas, a maioria dos procedimentos de medicina nuclear é indolor e raramente está associada a desconforto significativo ou efeitos colaterais. 

Como as doses do radiofármaco administradas são pequenas, os procedimentos de medicina nuclear diagnóstica resultam em exposição à radiação aceitável para exames diagnósticos. Assim, o risco é baixo em comparação com os benefícios potenciais. Porém, a realização de repetidos exames deve ser evitada para não exceder a dose recomendada. Reações alérgicas aos radiofármacos podem ocorrer, mas são extremamente raras e geralmente são leves. 

Através do processo natural de decaimento radioativo, a pequena quantidade de radiofármaco no corpo perde sua radioatividade ao longo do tempo. Pode também deixar o corpo através da urina ou fezes durante as primeiras horas ou dias após o teste. O paciente deve beber muita água para ajudar a liberar o material radioativo de seu corpo conforme instruído pelo profissionais de medicina nuclear. 

Como ocorre o exame? 

Antes do exame o médico deve ser informado caso exista a possibilidade de uma gravidez ou se a pessoa estiver amamentando, além de discutir quaisquer doenças recentes, condições médicas, alergias e medicamentos que esteja tomando. Dependendo do tipo de exame, o médico irá instruir o paciente sobre o que pode comer ou beber antes do exame, especialmente se a sedação (anestesia) for usada. 

No momento do exame, o radiofármaco é injetado na corrente sanguínea, ingerido ou inalado como um gás. Este material radioativo se acumula no órgão ou área do corpo a ser examinado, de onde libera radiação. Câmeras especiais detectam essa radiação e, com a ajuda de um computador, criam imagens que oferecem detalhes sobre a função dos órgãos e tecidos do corpo. 

Dependendo do material radioativo, o paciente deve esperar por um tempo (algumas horas) no hospital, até a eliminação desse material.  

Quais as desvantagens? 

 Administração de material radioativo, tempo longo de exame, tempo longo para eliminação do material pelo corpo e baixa resolução espacial das imagens, o que dificulta a análise de detalhes anatômicos do corpo. No entanto, esses exames são mais sensíveis do que outras técnicas para uma variedade de indicações, e a informação funcional obtida a partir deles muitas vezes não pode ser obtida por outras técnicas de imagem. 

Custos?   

Cada exame custa, em média, entre R$ 3,5 mil e R$ 4 mil. 

Imagens por tomografia computadorizada

O que é?  

A tomografia computadorizada (TC) é um exame que utiliza raios X para gerar imagens tridimensionais do corpo que são processadas por um computador, revelando informações dos ossos, de órgãos ou de tecidos. A tomografia pode ser realizada com ou sem o uso de contraste, que é um tipo de líquido que pode ser engolido, injetado na veia ou inserido no reto durante o exame para facilitar a visualização de certas partes do corpo. Por ser um exame versátil, ela serve para auxiliar o diagnóstico de doenças musculares e ósseas, identificar a localização de um tumor, infecção ou coágulo, além de detectar e monitorar doenças e lesões.  

Riscos e benefícios? 

Os benefícios do diagnóstico da tomografia superam os riscos na maioria dos casos. As tomografias podem diagnosticar condições possivelmente ameaçadoras à vida. No entanto, é um exame muito utilizado para auxiliar no diagnóstico de diversas doenças porque permite avaliar seções (partes) do corpo, fornecendo imagens mais nítidas e promovendo a distinção de tecidos diferentes.  

Este exame não causa dor e qualquer pessoa pode realizá-lo, no entanto gestantes devem, de preferência, fazer outros exames em alternativa à tomografia computadorizada, como ultrassom ou ressonância magnética, devido ao uso de radiação ionizante. Esse fato inclusive limita a quantidade de exames que uma pessoa pode fazer, pois repetidas exposições podem levar a sérios efeitos biológicos. Além disso, em alguns casos, é necessário o uso de agente de contraste, que é injetado na corrente sanguínea. O agente de contraste mais comum é a base de iodo; um risco importante é para pessoas alérgicas. Portanto, testes devem ser feitos antes do uso. 

Como ocorre o exame? 

O exame de tomografia é feito por um técnico de radiologia e depois analisado por um médico. Ao entrar na sala da tomografia computadorizada, primeiramente é feito uma radiografia do local onde as imagens são adquiridas e então são escolhidos os planos de corte, onde começa e termina a aquisição de imagens. 

Durante o exame a pessoa fica deitada numa mesa e entra numa espécie de túnel, o tomógrafo. Esse exame não promove dores nem incômodos no corpo do paciente, já que o equipamento é aberto. A duração do exame varia de acordo com a área estudada, a idade do paciente, a capacidade de se manter imóvel durante o exame e o equipamento utilizado. Contudo, o tempo varia entre 10 e 30 minutos. 

Quais as desvantagens? 

A desvantagem da TC é o fato de o exame ser feito por meio da emissão de radiação, o raio-X, que pode ter efeitos nocivos à saúde quando a pessoa é exposta constantemente a esse tipo de radiação, com isso o número de exposições deve ser minimizado. Além disso, dependendo do objetivo do exame, o médico pode recomendar o uso de contraste, que pode ter alguns riscos de acordo com a pessoa, como por exemplo reações alérgicas ou efeitos tóxicos no organismo, assim sendo, testes devem ser feitos antes do uso. 

Custos?   

O preço da tomografia computadorizada varia entre R$ 200 e R$ 700,00; no entanto esse exame é disponibilizado pelo SUS, não havendo custo. 

Imagens por ultrassonografia  

O que é?  

A ultrassonografia é uma técnica de diagnóstico que utiliza ondas sonoras de alta frequência para visualizar partes internas do corpo em tempo real. Essas ondas são transmitidas através do corpo e depois recebidas novamente via um dispositivo denominado transdutor. A imagem é produzida baseada na reflexão das ondas nas estruturas do corpo pela leitura do sinal da onda e o tempo que ela leva para viajar através do corpo.  

A ultrassonografia é utilizada para diferentes fins, como entender causas de dores, bem como diagnosticar doenças reprodutivas, lesões em músculos, articulações e tendões. Seu uso mais conhecido é para acompanhamento de gravidez, com o objetivo de avaliar o desenvolvimento do feto e identificar possíveis más-formações. Além de visualizar diversas estruturas internas do corpo humano, as imagens também podem mostrar o movimento dos órgãos internos do corpo, bem como o fluxo de sangue pelos vasos sanguíneos, como no caso do ecocardiograma que permite a visualização de válvulas do coração e do fluxo sanguíneo. 

Ao contrário das imagens de raios X, não há exposição à radiação ionizante associada à ultrassonografia. 

Riscos e benefícios? 

Por utilizar ondas sonoras de baixa potência, o exame de ultrassonografia não apresenta grandes riscos conhecidos para a saúde. 

Assim, as contraindicações têm caráter mais preventivo do que impeditivo, considerando que os malefícios apresentados pelo exame não foram comprovados. 

Por causa da sua natureza não ionizante, essa é uma boa opção de exame de imagem quando há sensibilidade ao uso da radiação, como em usos pediátricos ou mulheres grávidas. 

Como ocorre o exame? 

Um transdutor é colocado na área do corpo a ser visualizado e ondas sonoras na faixa do ultrassom são transmitidas. As ondas sonoras que retornam, chamadas de ecos, são lidas pelo transdutor, as informações são processadas pelo computador e convertidas em imagens.

Quais as desvantagens? 

Embora o ultrassom seja geralmente considerado seguro com riscos muito baixos, os riscos podem aumentar com a exposição prolongada desnecessária à energia ultrassônica ou quando usuários não treinados operam o dispositivo. Além disso, a energia ultrassônica tem o potencial de produzir alguns efeitos biológicos no organismo, como aquecimento. Em alguns casos, também pode produzir pequenas bolsas de gás nos fluidos ou tecidos corporais. As consequências a longo prazo desses efeitos ainda são desconhecidas.  

As mães grávidas também devem estar cientes da compra de sistemas de monitoramento de batimentos cardíacos fetais sem receita (também chamados de doptones). Estes dispositivos só devem ser usados ​​por profissionais de saúde treinados quando medicamente necessário. O uso desses dispositivos por pessoas não treinadas pode expor o feto a níveis prolongados e inseguros de energia, ou pode fornecer informações que são interpretadas incorretamente pelo usuário. 

Custos?   

Os preços variam de acordo com o tipo de exame. Em média, custam de R$ 100 a R$ 1.000. 

Imagens por ressonância magnética

O que é? 
No método de imagem por ressonância magnética (IRM), um forte campo magnético e ondas de rádio de alta frequência são usados para produzir imagens com detalhes anatômicos e informações estruturais e fisiológicas de forma superior à fornecida por outras modalidades. É capaz de gerar imagens que diferenciem claramente os vários tipos de tecidos moles, mesmo que esses tenham a mesma densidade de massa.
Riscos e beneficios?
A ressonância magnética não envolve o uso de radiação ionizante e, portanto, não apresenta riscos causados por este tipo de radiação. A ressonância magnética só está em uso desde o início dos anos 80, não há efeitos conhecidos a longo prazo da exposição a campos estáticos fortes e, portanto, não há limite para o número de exames aos quais um indivíduo pode ser submetido, em contraste com os raios X e tomografia computadorizada. No entanto, há riscos de saúde bem identificados associados ao aquecimento dos tecidos, devido à exposição ao campo de radiofrequência e à presença de dispositivos implantados no corpo, como os marcapassos. Esses riscos são estritamente controlados durante a aquisição das imagens.
Como ocorre o exame?
Para o exame, o paciente veste uma roupa sem botões, zíperes ou outro objeto de metal. Outro objetos como chaves, joias, relógios e telefones celulares, que poderiam atrapalhar a aquisição de uma imagem de qualidade ou poderiam ser afetados pelo campo magnético são deixados do lado de fora da sala de exame de IRM. Antes do exame, um pessoa da equipe de enfermangem faz uma entrevista para certificar que o paciente pode realizar o exame. Então, o paciente deve se deitar na mapa dentro do equipamento, também chamado de tomógrado, e permanecer imóvel enquanto as imagens são adquiridas. Para diminuir os artefatos nas imagens devido ao movimento, principalmente de abdômem, algumas vezes os pacientes podem ter que prender a respiração. Como o tomógrado faz ruídos altos, o paciente recebe protetores auriculares. O paciente pode retomar suas atividades normais imediatamente depois do exame.
Um agente de contraste que contém gadolínio (um agente de contraste paramagnético) pode ser injetado intravenosamente para alguns tipos de exame. Esses agentes alteram o campo magnético de maneira que as imagens ficam mais claras. Poucas reações adversas ao gadolínio foram reportadas.

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Quais as desvantagens?
O tempo necessário para realização do exame é alto, podendo variar entre quinze minutos e um pouco mais de uma hora. Além disso, é provável que a IRM nem sempre esteja disponível de forma imediata. Outras desvantagens incluem a claustrofobia, ou seja, a dificuldade de permanecer dentro do aparelho de IRM por ser um espaço pequeno e fechado; os efeitos do campo magnético sobre dispositivos metálicos implantados no corpo; barulho do aparelho; reações ao agente de contraste, mesmo que raras; obesidade e gravidez no últimos meses, que dificulta o posicionamento entro do tomógrafo. No caso de gravidez, o exame não é indicado para o primeiro trimestre, pois ainda não se sabe quais os efeitos do campo magnético nesse caso.
Alguns tomógrafos de IRM têm um lado aberto e um interior maior. Neles o paciente pode sentir menos claustrofobia e os pacientes obesos podem ser posicionados mais facilmente, porém as imagens produzidas apresentam qualidade inferior.
Custos?
A ressonância magnética é feita somente com a indicação médica, não havendo custos quando feita pelo SUS. Quando feita por via particular, este exame pode custar um valor entre R$ 800 e R$1500,00, dependendo da região corporal a ser avaliada no exame e da clínica onde é feita.