Como primeiro post, traremos um estudo do Físico Médico Jeam Haroldo Oliveira Barbosa, aluno de doutorado do Programa de Pós-graduação em Física Aplicada à Medicina e Biologia, da FFCLRP – USP. O estudo investiga o potencial de uma técnica em aumentar a eficácia do diagnóstico e acompanhamento da doença de Parkinson, através do Mapeamento de Susceptibilidade Magnética (QSM, em inglês Quantitative Susceptibility Mapping) realizado a partir de Imagens por Ressonância Magnética (IRM). Fazendo uso do mapa de susceptibilidade magnética, juntamente com mapas de relaxometria, ele pôde avaliar regiões cerebrais, como a substância negra e o núcleo caudado, em relação à concentração de ferro.
Esta nova técnica permite uma maior sensibilidade e especificidade quando comparada com demais técnicas de imagens que buscam diferenciar cérebros de pessoas com Parkinson daqueles de pessoas saudáveis, pois permite visualizar uma maior concentração regional de ferro na presença da doença. A partir disso, é possível investigar a maneira como a doença se desenvolve, com o objetivo de tentar diagnosticá-la no seu início, além de futuramente permitir o desenvolvimento e acompanhamento de novos métodos terapêuticos.
Tecidos cerebrais com acúmulo de ferro são paramagnéticos, ou seja, apresentam resposta magnética a favor do campo magnético aplicado. Portanto, apresentam valores positivos em um mapa quantitativo de susceptibilidade magnética. Assim, é possível quantificar a presença de ferro característica da doença de Parkinson, utilizando IRM, até mesmo com uma baixa resolução espacial, o que só era possível a partir de autópsias de tecido cerebral.
O pesquisador realizou seus estudos no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-USP), orientado pelo professor Dr. Carlos Ernesto Garrido Salmon, com a colaboração dos professores Dr. Ewart Mark Haacke (MRI Institute for Biomedical Research, Detroit, Estados Unidos), Dr. Antônio Carlos dos Santos e Dr. Vitor Tumas.
O trabalho Quantifying brain iron deposition in patients with Parkinson’s disease using quantitative susceptibility mapping, R2 and R2* foi publicado na revista Magnetic Resonance Imaging no início de 2015, e também teve destaque na revista eletrônica da USP (http://ribeirao.usp.br/?p=3043#more-3043).